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Annabel Magaret – The Green Witch
Quando eu era criança, poderia ser facilmente encontrada no pátio da casa colhendo pequenas flores, grama e ervas daninhas para criar remédios e poções mágicas. Hoje, embora possua uma respeitável coleção de vasos para uma iniciante em herbalismo, ainda estou rastejando no jardim das ervas e plantas mágicas/medicinais. A jornada da Annabel de encontro com o misticismo é parecida com a minha. Quando criança, uma forte conexão com a magia das plantas estava presente. Mas com o passar dos anos o contato foi se perdendo, até que um livro chegou em suas mãos. No meu caso, um livro sobre a ciência da bruxaria. No caso da Annabel, um livro sobre…
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O Mar e Eu
Me considero uma espécie de eremita urbana. Evito transitar por ruas movimentadas e há tempo não sei mais lidar com aglomerações. De fato, acho que nunca soube muito bem. Me sinto melhor quando estou sozinha ou na companhia de poucos e bons amigos. Ainda bem que o mundo é imenso. Para cada lugar onde as massas se amontoam, existe mais de dez onde o silêncio e a solidão ainda prevalecem. E foi assim que, dia desses, me encontrei numa extensa faixa de praia deserta. Naquele dia, coletei pedras, conchas e um punhado de areia. Fiz uma longa caminhada e nem me importei com a barra da saia molhada pelas ondas.…
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Loreena Mckennitt e os Ecos do Outro Mundo
De tempos em tempos, os ventos da arte e da música guiam meu voo na direção de algum artista que, estou certa, é de outro mundo. Um mundo onde seres mitológicos existem e mesmo os dias mais sombrios e tempestuosos são celebrados com festa, risadas e muita dança. Há alguns anos, esses ventos me levaram para as terras onde Loreena Mckennitt habita. E, ouso dizer, é lá que meu coração mora também. É naquelas terras que meus olhos ficam cheios de lágrimas ao som de boa música e sou tomada pela sensação de nostalgia por uma vida que nunca tive num lugar muito distante de onde estou agora. Ainda assim,…
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Laurie Cabot, a tia excêntrica que sempre quis ter
Existe uma bruxa em Salem, Massachusetts. Uma bruxa que se veste de preto (todos os dias), usa um colar com o pentagrama e tem um familiar. Ela faz feitiços em seu caldeirão, vende poções mágicas, fala com espíritos e celebra a Roda do Ano. O estado de Massachusetts até reconhece ela como a “bruxa oficial de Salem”. Entre os praticantes da arte, e muitos outros que tiveram contato com ela através dos seus livros, ela é chamada de Laurie Cabot. Mas, para mim, ela é a tia Laurie. Não, eu nunca conheci ela pessoalmente. E estou bem certa de que ela nem suspeita da minha existência. Mas Laurie Cabot conquistou…
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Primavera
É aquela época do ano, mais uma vez. A vontade de decorar a casa com flores e mudar os móveis de lugar reflete o período final de minha hibernação. O inverno está chegando ao fim e, junto com ele, meu desejo de permanecer na Floresta Sombria. Agora, começo minha caminhada para o Bosque Encantado. E pelos próximos meses, é por lá que permanecerei, até o regresso dos dias mais frios. Meu corpo segue, instintivamente, os ciclos da natureza. Para mim, é inevitável. Mesmo sem estar consciente do calendário, minha biologia está em perfeita sincronia com cada estação. No momento, tudo que mais quero é dar início ao plantio das sementes…
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Da Magia à Sedução
Por mais de vinte anos, tenho culpado as mulheres da família Owens por manter minha mente e meu coração enfeitiçados. Não que a culpa seja delas de fato. Não. Mas elas possuem um dom… o dom de me fazer acreditar na magia. Meu amor por essa família é tão genuíno que, inúmeras vezes, me peguei desejando ser uma Owens, com maldição e tudo. Sim, eu gostaria de viver naquele universo e fazer parte da família. Além disso… casa perfeita, tias excêntricas e poderes mágicos. No entanto, eu vivo neste universo, onde a magia funciona de forma mais sutil e quase inacreditável. Tanto que, às vezes, me pergunto se não estou alucinando ou…
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Bruxa interior
Quando eu era criança, costumava fazer poções mágicas medicinais. Eu colhia grama e flores, colocava tudo numa caneca com água, pedia para a minha mãe ferver, depois falava algumas palavras mágicas e dava para minha avó beber. E ela bebia. Minha mãe falava “Não bebe isso, mãe”, mas ela retrucava que o meu remédio funcionava. (Vó, obrigada pelo voto de confiança.) Acho que sempre fui um tanto mística. Lembro de praticar magia mesmo quando ainda nem sabia falar direito. Mas a primeira vez que tive contato oficial com a bruxaria foi no começo da adolescência. Antes disso, para mim, bruxas eram aquelas figuras estereotipadas de Hollywood. De lá para cá,…